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Give me 5 minutes

Give me 5 minutes

28 de Fevereiro, 2020

Afastei-me mais um ano da infância

Give me 5 minutes

Pertenço ao grupo de pessoas que teve uma infância muito feliz, ainda que a memória dos primeiros 4 anos de vida seja maioritariamente a imagem de pessoas com batas brancas a rodearem-me (médicos e enfermeiros) e o cheiro horroroso do éter.

Uma infância que para algumas pessoas reunia condições suficientes para não trazer boas recordações, no entanto e apesar deste  pequeno contratempo no início da minha existência  sempre fui uma criança muito muito feliz.

Não que tenha sido infeliz alguma vez, pois considero-me uma pessoa que foi bafejada pela sorte, mas existem muitas coisas no mundo dos adultos que me entristecem e por vezes me envergonham… a necessidade que as pessoas têm de denegrir a imagem dos outros, o falar mal pelas costas, o facto de acharem que são melhores que os outros todos… enfim… li algures que a forma como falamos com os outros e sobre os outros revela muito sobre a forma como nos sentimos. Este tipo de pessoas que passam o dia a criticar e denegrir a imagem dos outros, leva-me a acreditar nesta premissa. Pessoas que insistem tanto na crítica de tudo e de todos devem ser pessoas muito infelizes… Pessoas felizes não se centram nos defeitos e nas limitações dos outros…Pessoas felizes falam de coisas não de pessoas…

Não sei se já vos aconteceu mas já conheci pessoas que o único tema de conversa é o sujeito A, o sujeito B, o sujeito C e por ai vai, e se abordarmos outro tema, sai de fininho para procurar outro grupo ou outra pessoa para continuar no “ corte costura”

Por isto, enquanto muitos se desligam da infância e sentem uma necessidade voraz de crescer, eu sempre fiz o oposto, sempre me "agarrei" muito à minha meninice, e esta tem sido a minha tábua de salvação para as injustiças, cretinices, ressabiamentos e frustrações que vejo diariamente. Note-se que não sou nenhuma santa e também teço as minhas críticas q.b.

As situações a que assistimos diariamente seja nas caixas dos supermercados, nos postos de trabalho, nas salas de espera, entristece-me… e reforça a minha opinião de que é bem mais interessante o mundo das crianças, a facilidade com que resolvem os conflitos, a facilidade que têm para lidar com as contrariedades, o relacionamento sincero e desinteressado com os outros…

Na blogosfera não nos conhecemos, refugiamo-nos atrás de um avatar ou atrás do nome de um blog. Cada pessoa protege a sua identidade por motivos diversos, no entanto muitas das pessoas só neste mundo conseguem ser elas próprias, sem medos de críticas, sem medos de dedos apontados…e é aqui que muitas vezes se criam grandes e sinceras amizades ainda que muitas permaneçam virtuais. O apoio e a aceitação parecem ser a chave de sucesso destas plataformas.

Se bem que não sejamos obrigados a gostar de todas as pessoas com que nos cruzamos, devíamos pelo menos mostrar algum respeito antes de apontar o dedo, ninguém sabe o que se passa com as pessoas para terem determinado comportamento mas está visto que o ataque continua a ser o caminho mais fácil... mas para os crentes parece não fazer mal porque depois vamos à missa das 18:00 confessamo-nos e fica tudo bem. Saindo da igreja começa tudo de novo…

Tenho alguma tristeza em dizer que estou cada vez mais longe da minha infância…

 E vocês conhecem  muitas pessoas assim?  E estão perto ou cada vez mais longe da vossa infância?

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